Foi confirmada na última semana, pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen), o primeiro caso em Santa Catarina, de leishmaniose visceral humana. O paciente, morador do bairro Saco do Limões em Florianópolis tem 53 anos e está internado no Hospital Universitário na capital.Conforme o médico veterinário Adilson Schmitt, o número de pessoas e de animais infectados com essa grave doença, vem crescendo de forma preocupante, por isso a doença deve ser tratada como questão de saúde Pública, alerta o médico veterinário. A doença é considerada pela OMS uma das seis maiores endemias do planeta, por atingir cerca de 500 mil novos casos em humanos por ano. O ùltimo levantamento realizado em Florianópolis, foram detectados 292 casos da doença em cães, a maioria na Lagoa da Conceição, no Canto da Lagoa e na Costa da Lagoa. No entanto, os casos se espalharam para outros lugares como Rio Tavares, Pantanal, Córrego Grande e Itacorubi. No total, 34 bairros estão na lista. A doença é transmitida pelo mosquito-palha, que é infectado por animal já doente e transmite a leishmaniose para outros animais e para humanos. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. O mosquito-palha se reproduz em locais úmidos, escuros e com muitas plantas. Restos de fezes de animais e de comidas (lixo orgânico) são ambientes propícios para sua reprodução.
Os principais sintomas da doença, em humanos, são febre de longa duração, perda de peso, fraqueza, aumento do baço e fígado, diarreia e anemia. Se não tratada, a leishmaniose visceral humana pode levar a óbito em até 90% dos casos. Além dos medicamentos para eliminar o protozoário, o tratamento deve envolver o controle de complicações comuns desta doença, como anemia, diarréia, desnutrição, sangramentos e infecções por queda da imunidade, pois são situações que debilitam e podem colocar em risco à vida da pessoa.
O tratamento dos cães não é uma medida recomendada pelo ministério e traz riscos para a saúde pública. Os cães quando tratados melhoram os sintomas temporariamente, mas continuam com o parasita na pele, servindo de fonte de infecção para novos insetos, aumentando o risco de transmissão da leishmaniose visceral para as pessoas. No cão, os sintomas são emagrecimento, descamação da pele, queda de pelos, desânimo, olhar triste, os olhos remelentos e crescimento exagerado das unhas.
Schmitt recomenda também o uso de coleira com inseticida em cães como método preventivo. O acessório, que dura de 4 a 6 meses, é impregnado de inseticida (deltrametrina) e tem a função de espantar e matar o mosquito-palha, vetor da doença. Assim, o método exclui a prática da eutanásia dos animais contaminados, protocolo polêmico utilizado pelos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) brasileiros. Outra medida de prevenção é a vacinação, mas o Ministério da Saúde não reconhece ainda, a eficácia da vacina na queda dos casos de leishmaniose em humanos associada a imunização preventiva em animais, a alegação é a ausência de estudos nesse quesito.
Reportagem Jean Carlo:
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