Jovem sequestrada em SC é encontrada morta no Paraná após meses de investigação

Jovem sequestrada em SC é encontrada morta no Paraná após meses de investigação
Publicado em 16/01/2025 às 12:58

Após três meses de buscas, a Polícia Civil confirmou o desfecho trágico do desaparecimento de Camila Florindo D’Avila, de 23 anos. A jovem foi sequestrada em outubro de 2024, em Araquari, no Norte de Santa Catarina, e morta em Ibaiti, no interior do Paraná, a 457 quilômetros do local do sequestro.

O sequestro

Segundo a investigação, o sequestro ocorreu no dia 8 de outubro. Seis homens, utilizando dois carros clonados, cercaram a casa de Camila. O objetivo inicial era matar o marido da jovem, que conseguiu fugir. Sem alcançar o alvo, os criminosos roubaram drogas e dinheiro e levaram Camila à força em um dos veículos.

Camila foi mantida em cativeiro por cerca de uma hora e meia em Araquari antes de ser transportada para o Paraná. Durante o trajeto, na região metropolitana de Curitiba, os sequestradores se desentenderam, resultando na morte de um dos integrantes do grupo. O corpo do criminoso foi abandonado em via pública e posteriormente encontrado pelas autoridades.

O assassinato em Ibaiti

Ao chegarem à zona rural de Ibaiti, o grupo discutiu a possibilidade de libertar Camila, mas a ideia foi descartada. A jovem foi assassinada a tiros e enterrada em uma área de mata fechada. As autoridades acreditam que o crime ocorreu entre os dias 9 e 10 de outubro.

O desfecho

No dia 14 de janeiro de 2025, após três meses de investigação, o corpo de Camila foi localizado com o auxílio de um cão farejador da Polícia Civil de Santa Catarina. Apesar da confirmação preliminar, uma perícia detalhada será realizada pela Polícia Científica do Paraná para analisar o estado do corpo e verificar indícios de tortura.

Motivação e investigações

De acordo com a polícia, o marido de Camila era o verdadeiro alvo dos criminosos. Ele ocupa uma posição de liderança em uma facção criminosa em Santa Catarina, responsável por atividades de tráfico de drogas. Dentro da organização, ele possui rivais que desejam assumir seu lugar, o que motivou o ataque.

“O objetivo principal era ele. Quando não conseguiram capturá-lo, decidiram levar a companheira”, explicou o delegado José Gattaz Neto, responsável pelo caso.

Prisões e buscas

Até o momento, cinco suspeitos foram presos. Dois foram capturados em Curitiba, um em São Francisco do Sul, outro no norte do Paraná e mais um em Foz do Iguaçu. Dois membros do grupo permanecem foragidos, assim como o marido de Camila, que está sendo procurado por tráfico de drogas.

Os suspeitos têm histórico criminal e envolvimento em atividades na fronteira com o Paraguai. O delegado destacou a alta periculosidade dos envolvidos e o trabalho intenso realizado pelos investigadores para identificar os responsáveis.

“A vítima era uma jovem mãe que não merecia esse fim trágico”, lamentou o delegado Gattaz.