Mesmo com a oferta de reajuste de pouco mais de 3% – apenas 25% do pleiteado pela categoria – os servidores municipais de Blumenau optaram por não deflagrar a greve em assembleia na tarde desta terça-feira em frente à prefeitura. A maioria dos 700 trabalhadores presentes decidiu por retomar as negociações com o Poder Executivo.
Os servidores votaram em duas opções: dialogar com os colegas para construir o movimento de greve para a próxima assembleia ou deflagrar a paralisação a partir desta terça-feira. Os dirigentes do sindicato temiam que a greve fosse aprovada pelos presentes e não fosse cumprida pela maioria da categoria, o que poderia causar desgaste para o movimento.
Nesta quarta o governo de Napoleão Bernardes (PSDB) fez uma nova proposta: conceder 1% de aumento real em 1° de abril e 2% referente ao reajuste do INPC em 1° de maio, levando em conta o salário já reajustado em abril, o que resultaria em pouco mais de 3%, nos cálculos do Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau (Sintraseb). O acordo que pôs fim à greve de 2014 – e que virou lei – estabeleceu a reposição integral do INPC (que gira em torno de 11%) mais 1% de ganho real.
– Estamos em uma defasagem de no mínimo 9% de perda salarial. Obviamente a categoria não acata isso e voltaremos a negociar com o governo e tentar avançar na proposta – avalia a coordenadora geral do Sintraseb, Sueli Adriano.
Assunto não deve ir para a Câmara
A prefeitura não deve encaminhar à Câmara de Vereadores um novo projeto que estabelece os reajustes salariais pois a Lei Complementar nº 932 de 2014 já determina o reajuste de 1% sobre a remuneração do mês de abril de 2016, com efeitos financeiros a partir de maio.
O secretário de Gestão Governamental, Paulo Costa, afirma que a administração irá aguardar o INPC de abril _ que deve ser divulgado na primeira quinzena de maio _ para avaliar o que é possível conceder a mais de reajuste.
— No começo de maio iremos reavaliar se é possível avançar além do 1% mais 2%. A mesa de negociação continua em aberto para continuar conversando nesse período — disse.
Pauta de lutas
Os servidores também lutam pela revisão da tabela salarial iniciando pelos menores salários e hora-atividade para os profissionais do magistério. Segundo a lei federal, os professores têm direito de reservar 33% da carga horária para as atividades pedagógicas, como preparação das aulas e correção de provas, para não utilizarem tempo de descanso.