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Israel e Hamas Anunciam Acordo de Cessar-Fogo Intermediado por Catar, Egito e EUA

Israel e Hamas Anunciam Acordo de Cessar-Fogo Intermediado por Catar, Egito e EUA
General view of destroyed buildings in Al-Shifa neighborhood, in the vicinity of MSF clinic, in Gaza City. June 2024.
Publicado em 16/01/2025 às 8:55

Após dias de intensas negociações, Israel e o Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, que, se efetivado, poderá encerrar o conflito na Faixa de Gaza. A trégua foi mediada por uma coalizão de países composta pelo Catar, Egito e Estados Unidos e está prevista para começar no domingo, 19 de janeiro.

A confirmação oficial do acordo ocorreu após especulações que tomaram conta das agências de notícias durante todo o dia. O Hamas foi o primeiro a anunciar que havia aceitado a proposta e comunicou sua decisão aos mediadores. Logo depois, o primeiro-ministro do Catar, país responsável por sediar as negociações, fez o pronunciamento oficial. “Estamos felizes em anunciar o sucesso dos esforços conjuntos de mediação”, afirmou o Sheik Muhammad Bin Abdurrahman Al-Thani.

Em paralelo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu uma declaração em Washington, afirmando que as condições do acordo são, em grande parte, semelhantes àquelas que ele havia proposto em maio do ano passado. Faltando cinco dias para deixar o cargo, Biden ressaltou que os detalhes do acordo estavam sendo compartilhados com a equipe do próximo governo de Donald Trump, que terá a responsabilidade de garantir sua implementação.

Antes do anúncio formal, o ex-presidente Donald Trump havia utilizado as redes sociais para divulgar a informação, afirmando que um acordo para a libertação dos reféns no Oriente Médio havia sido alcançado e que eles seriam liberados em breve.

Termos do Acordo de Cessar-Fogo

O acordo, que será implementado em três fases, terá início com um período de seis semanas de cessar-fogo. Durante essa primeira fase, o Hamas se compromete a liberar 33 reféns, incluindo mulheres, idosos e pessoas feridas. Em contrapartida, as tropas israelenses devem se retirar das áreas mais densamente povoadas de Gaza. Além disso, será possível o retorno dos deslocados e a entrada de mais ajuda humanitária. Também está previsto que prisioneiros palestinos detidos em Israel sejam libertados.

Os detalhes sobre as fases subsequentes ainda não foram totalmente revelados, mas a expectativa é que o processo culmine com a libertação de todos os reféns e a retirada completa das forças israelenses da região.

Em Israel, embora haja oposição dentro de setores mais radicais do governo, as pesquisas indicam que a maior parte da população apoia a trégua. Para os familiares dos reféns, a notícia foi recebida com um misto de alegria e apreensão, já que ainda há incertezas sobre o estado de saúde de seus entes queridos. Acredita-se que 94 reféns ainda estão em poder do Hamas, e 34 já teriam falecido.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelo gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, uma decisão que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira.